13 de jun. de 2010

Quimera

Se meu coração, que fiz questão de despedaçar, está enterrado nas areias do litoral, tão distante de mim, então como é que ainda sinto tanto?!
Se minha alma lacrada eu escondi no fundo da primeira gaveta do meu armário, porque é que tudo ainda me dói tanto, diga-me?!

Como o diapasão não soa o meu vazio?

Minha mente debate-se na tentativa de tomar o controle. Controle sobre o quê? Sobre a carne que fui incapaz de arrancar. Ela aprendeu a pulsar na agonia do sentimento reprimido, a sangrar a ferida que é viver. Minha essência foi preenchida pelo puro instinto, e agora minha respiração tem o hálito voraz de um desejo deveras animalesco.

Sou mulher ou sou bicho? Nem sei mais…

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