Vou mergulhar na ignorância de quem ama. Eu vou despencar de barriga na água gelada, dando braçadas a favor da correnteza.
Só assim me entregarei, preciso abrir a camisa e me prostrar de peito nu. Eu preciso não saber parar de doer, mostrar os pulsos sem empunhar, dar mão alma e coração. Eu me sinto rígida e intransponível, estou sendo consumida pela agonia do inquebrável. Meu estático enigma de Esfinge carrega a charada cruel que me define. Quem sou eu? Que sou eu? Decifra-me ou devoro-te, como devorei a mim mesma.
E agora abro os braços sob os trilhos e te espero de olhos fechados.
Salva-me de mim!
28/02/2010
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