2 de set. de 2010

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Quem sou eu, o que sou eu? Existimos? Vivemos?
Dirijo uma pergunta ao meu universo: Porquê o mundo?
Exijo uma resposta científica para as emoções, as espontaneidades, tudo irracional. Há lógica?
...Há o quê então?

Cigana

Ela sempre sentiu uma necessidade de. Não sabia como, não sabia o quê, ela só sentia. Era quase instintiva a procura por tal satisfação. Se existe destino, este era o dela: procurar por aí. Talvez esse seu desgoverno tenha nascido da sua necessidade demente de reação ao tédio, à rotina alienada. Sua inquietude a fez adquirir hábitos vagos, maneiras nômades - ela era passante.
Seus pensamentos emergiam uns sobre os outros - colidindo-se, confundindo-se - dando-a um semblante de loucura meio lúcida, meio fantasiosa. Sua sede era tempestuosa a ponto de se tornar destruidora. A procura ávida tornou-a cruel. Sem pausa nem descanso, algo em seu peito jogava-a para frente. Quando a sensação moribunda aumentava, ela matava. Questionando respostas inexatas, emoções instáveis.
Ela não aprendeu a agarrar seus desejos sem estrangulá-los, sem sentir-se estrangulada.