22 de mar. de 2011

Ataque

Nessa fúria louca, finalmente dei conta de cuspir as palavras que me fazem enferma. Meu corpo frágil e meu coração moribundo pronunciam-se por mim: gélidos, duros, afiados mas verdadeiros.

Lembra-se das coisas lindas que um dia te disse, meu amor? Recorda-se do que te prometi? Reclama da dor, mas a verdade é que fere a si mesma. A verdade é que eu mantive minha palavra e você não suportou, fraquejou ao perceber o quão complexo pode ser estar com alguém. E contudo eu sempre estive ao seu lado, silenciosa, invisível, agonizante enquanto você recorria a mim inconscientemente, a contragosto de si mesma, fui eu que te sustentei. E não diga que não sente, não diga que é mentira, porque sei que ao menos me odeia. Mas saiba que fui aonde ninguém mais iria por você, passei por uma depressão suicida, andei pelo limbo e voltei inteira. Ouvi suas palavras e seus incontáveis silêncios, mostrei a cara ao seu tapa e você me virou as costas. Não teve nem a decência de concluir o que começou e já fugiu. Fiz papel de tola, querida, mas não de fraca, ao menos fui até o final. Eu lutei por você até não ter mais forças; e é isso que você me faz? Vamos, vire-se e me olhe nos olhos, admita logo que já é muito tarde e estou cansada de resistir ao que é óbvio.

Você nos destruiu.