24 de out. de 2012

Balbuciando indagações


 - E se o amor enganar?
 - Então sou verídica, porque ao mostrar o rosto descoberto e oferecer meu corpo e coração despidos de pudores ao mundo eu recebi em troca a vergonha alheia - ignorante e frívola - dos que mentem ao sentir. Se amar é calcular palavras e emoções, eu sou a nudez de uma equação incomputável.

 - E se formos uma fantasia?
 - Então sou irreal e desmancho-me aos meus próprios ventos, ilusões construídas para o mundo. Se o ser é mera imagem do que é genuíno, eu sou o ciclone das verdades em que creio.
  
 - E se formos profetas de nós mesmos?
 - Então faço um novo destino além da convicção derradeira. Torno-me pura, límpida e verdadeira. Eu sou minha própria profecia de incertezas.

 - E se a felicidade doer?
 - Então que eu seja agonicamente feliz.