10 de dez. de 2012
Tese sobre a sabedoria
25 de nov. de 2012
A Chave
24 de out. de 2012
Balbuciando indagações
3 de set. de 2012
Censura ao mistério
Por fim, confesso envergonhada que já fui simpatizante desses mistérios obscuros, até perceber como eles são prejudiciais pois são deles que se constroem ilusões. Não fui a primeira a adoecer tentando adivinhar o que há por trás dessas cortinas, e creio que haja pessoas por aí que nesse momento vêm insistindo em batalhar por essa descoberta. Triste mesmo é relevar que a maioria das vezes o que reside oculto nada mais é do que a sombra de algo que nunca existiu. Poeira insignificante do que se acreditava ser.
A verdade só vem à tona no momento que se entra em contato com o cristalino. É mais benéfico estar com pessoas transparentes, traz paz ao coração. Colocar as cartas na mesa evita conflitos e impressões erradas. Acredite, ninguém é obrigado a adivinhar o que se passa pela cabeça do outro, muito menos se sujeitar a alguém que, no fundo no fundo, não tem certeza de si mesmo.
19 de jul. de 2012
Confianzas - Gotan Project
"con este poema no tomarás el poder" dice
"con estos versos no harás la Revolución" dice
"ni con miles de versos harás la Revolución" dice
que peones maestros hacheros vivan mejor
coman mejor o él mismo coma viva mejor
ni para enamorar a una le servirán
no entrará al cine gratis con ellos
no le darán ropa por ellos
no conseguirá tabaco o vino por ellos
ni toros ni paraguas conseguirá por ellos
si por ellos fuera la lluvia lo mojará
no alcanzará perdón o gracia por ellos
"con estos versos no harás la Revolución" dice
"ni con miles de versos harás la Revolución" dice
se sienta a la mesa y escribe
15 de jul. de 2012
Conclusão
2 de mar. de 2012
9 de fev. de 2012
Minhas mãos só são mãos para que eu possa te tocar,
de maneira paciente percorrer tua pele e decorar cada poro, cada curva e saliência tua.
Meus pés só servem para me trazer a ti.
E nas noites geladas aquecer os teus para que durmas tranquila.
Minhas pernas, que pouco me sustentam ao te ver,
são para te entrelaçar, prender-te a mim num aperto leve.
Eis minha língua para soar sussurros no teu ouvido, dizer-te coisas grandiosas e pequenas...
Emitir o som do teu nome enquanto te degusto.
Meus olhos? Pouco enxergam além de ti,
servem-me como uma janela onde lhe sou transparente.
23 de jan. de 2012
Reconstrução de Caio - Os dragões não conhecem o paraíso
Esse dragão rubro, bem, é o meu segredo mais profundo. Ele mora em mim e eu moro nele. Nós convivemos numa simbiose dolorosa desde que passei a me compreender. Não o descobri, ele aterrizou estrondosamente na minha frente, arregaçando os dentes em ameaça. Naquele dia olhei em seus olhos e vi estampada na sua violência um medo quase infantil.
Desde então eu o acolho. Só não consigo domá-lo, seu instinto de fera é mais dominante do que meu raciocínio. Há entre nós dois um conflito o qual me tornei dependente. Já não me recordo plenamente de nossos combates por terem sido tantos os golpes e rasgos trocados, mas ficou gravado na minha memória todas as feridas que tratamos mutuamente.
No momento em que tomo a coragem pra mostrar meu dragão, as pessoas costumam arregalar os olhos numa expressão de pânico e se afastam sem movimentos bruscos, num gesto de terror comedido o qual me é gozado. Acho compreensível o pavor de uma criatura tão poderosa.
Porém admito que eu mesma já temi esse dragão. Há vezes que ele atrapalha meu raciocínio com um rugido estridente e aborrecido, eu me calo e recolho minha razão. Por convivência aprendi que é muito belo, apesar de ser genioso e costumar cuspir fogo ao se irritar. Nunca vi criatura que carregasse tanta nobreza em seu semblante e tanta fugacidade no olhar, não há um dia em que não me surpreenda com a sua ferocidade pura e crua. Ele é a razão que me tira o sono a noite e me enlouquece paulatinamente, ao se prostrar no meu quarto escuro - por vezes ao meu lado, por outras mais afastado - seu silêncio preenche meus pensamentos de forma ensurdecedora. Contudo há vezes em que se ausenta, e então não me resta mais nada além de sentir sua falta.
E essa falta é a que me faz redigir.