13 de jun. de 2010

Epifania

Vou começar assim: do nada. Estou tentando de alguma forma transformar pensamentos alheios em palavras soltas. Pegarei o alfabeto e nele espalharei o que conseguir mostrar por estes símbolos. É. Tento inventar uma maneira de ir juntando tudo ao meu redor em períodos, engana-se quem pensa que é fácil, já que essa existência por si só é um tumulto. Simples é escrever, o complicado vai ser misturar tudo o que sou, e eu sou muita coisa.

Começo experimentando, não sei como fica melhor. Será que eu devo me reinventar? Desbravar a meu gosto o próprio eu no personagem? Estou tão confusa… Contentando em ir de mansinho, eu que sempre fui de um atropelo brutal, pressa louca de viver e ser vivida, me encontro na tortura dos passos da tartaruga, num desenvolvimento de um cálculo que deveria ser exato – mas nem sei, não sou boa de conta -. É uma tortura pôr os pés onde se sabe.

Eu não vou falar para um mundo cheio de vazio, mundo surdo, mundo mudo, mundo cego. Não me importo mais em gritar, apenas falo ao meu tom, falo com quem pára para me ouvir, ou então para o nada – comigo mesma -. Não quero perder a voz tentando dizer que tem algo de errado na vida não-fosforescente.

E oras, todos que se danem, aqui eu mostro a mim. Isto é uma forma de me ver de longe. Eu não sou eu, só serei quando tirar minha roupa, minha pele, minha carne e meus ossos. Aí sim eu alivio. Então antes de ler saiba: isto é um processo. Eu quero ficar nua. Eu só quero ser eu.

(10/12/09)

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