20 de jun. de 2010

Bem querer

É que eu te quero. Simples assim. Até poderia querer outra pessoa qualquer, mas não: eu quero é você. Quero quero e quero! Igual a uma teimosa criança. E não é este o fato espantoso, pois afinal é só uma vontade, certo? O que me espanta mesmo é a maneira espontânea com a qual te quero: não me é vital como o ar, é natural, é indolor.
E mais: eu puramente te desejo. Não só seu beijo, como seu abraço e seu sorriso. É tão peculiar que se for um terço, dois terços, metade ou inteira, se me der, eu aceito. Sim... É assustador demais não depender, não necessitar. Só querer. Afinal acho que te quero tanto, mas tanto... que tanto faz.
Esse desejo desenfreado eu permiti, porque se quisesse, eu o estrangulava como fiz com tantos outros. Decidi por deixá-lo alojar-se em mim por não me consumir – como o parasita se nutre do hospedeiro ou como o viciado em abstinência – pelo contrário: causa calma e aconchego, é anseio transparente com o qual eu sei lidar. É um friozinho bom no ventre, uma quentura no coração.
...Te querer me faz bem.

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