Eu carrego tanta selvageria nos olhos que acabo por meter medo nos mais desavisados. Não que seja ruim, sou mesmo bicho arisco que não come na mão de ninguém, nunca comi – Eu não, obrigada. Prefiro passar fome a não caçar meu alimento. – e é por isso que espanto aos rosnados os ousados que pensam em me amansar.
Porém, há os poucos que ainda me incitam o faro com o cheiro de voracidade, esta exalada também da minha epiderme. Esses carregam o rubro da vida em si.
– E eu me apaixono pelos que me encostam no focinho e me olham bem no fundo dos olhos, são os que me encontram verdadeiramente. Fera em humanidade. Humanidade em fera.
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