13 de jun. de 2010

Por dentro

Eu carrego tanta selvageria nos olhos que acabo por meter medo nos mais desavisados. Não que seja ruim, sou mesmo bicho arisco que não come na mão de ninguém, nunca comi – Eu não, obrigada. Prefiro passar fome a não caçar meu alimento. – e é por isso que espanto aos rosnados os ousados que pensam em me amansar.

Porém, há os poucos que ainda me incitam o faro com o cheiro de voracidade, esta exalada também da minha epiderme. Esses carregam o rubro da vida em si.

– E eu me apaixono pelos que me encostam no focinho e me olham bem no fundo dos olhos, são os que me encontram verdadeiramente. Fera em humanidade. Humanidade em fera.

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