7 de out. de 2013

Além

A saudade torna-se tolerável quando lembro dos reencontros, desse jeito o meu ostracismo constante é o tempo em que meu desejo condensa e se torna mais palpável que a ausência. Meu aguardo é cheio das suas memórias mais ternas e excitantes, ela carrega algo que me marca a pele toda vez que me toca. Às vezes meu peito se alarma com a distância e meu corpo estremece na tensão de um desejo não tão somente carnal, no entanto me guardo para ouvir sua voz... Algo no seu timbre me aplaca a alma. O telefone toca e em meio à nossa conversa tento gravar o som do seu riso e o tom distinto ao declarar.
“Se é, então é para ser.” ela diz docemente e eu me perco na ânsia de estar perto mas ao mesmo tempo eu me contento – e até me admiro – com esse sentimento que é capaz de viajar por fronteiras.

Um comentário: