A saudade torna-se
tolerável quando lembro dos reencontros, desse jeito o meu
ostracismo constante é o tempo em que meu desejo condensa e se torna
mais palpável que a ausência. Meu aguardo é cheio das suas
memórias mais ternas e excitantes, ela carrega algo que me marca a
pele toda vez que me toca. Às vezes meu peito se alarma com a
distância e meu corpo estremece na tensão de um desejo não tão
somente carnal, no entanto me guardo para ouvir sua voz... Algo no
seu timbre me aplaca a alma. O telefone toca e em meio à nossa
conversa tento gravar o som do seu riso e o tom distinto ao declarar.
“Se é, então é
para ser.” ela diz docemente e eu me perco na ânsia de estar perto
mas ao mesmo tempo eu me contento – e até me admiro – com esse
sentimento que é capaz de viajar por fronteiras.
"Todo porto é uma saudade de pedras"
ResponderExcluir(F. Pessoa)